Milionários precisam vencer o Belgrano por dois gols de diferença, neste domingo, no estádio Monumental de Nuñez, para permanecer na elite

Monumental de Nuñez será o palco do jogo mais
importante da história do River Platez
importante da história do River Platez
Na partida de ida, em Córdoba, o River foi derrotado por 2 a 0 (assista no vídeo mais abaixo) e, desde então, virou o assunto principal na terra dos hermanos. O drama do clube de 110 anos, único grande ao lado de Boca Juniors e Independiente que nunca foi rebaixado, colocou em segundo plano Copa América, seleção argentina e, até mesmo, o anúncio que Cristina Kirchner vai tentar a reeleição à presidência do país.
O jornalista Carlos Beer, do diário “La Nación”, inclusive, traça um paralelo com a política do país – que vive grave crise econômica há anos - para explicar os motivos do River Plate estar atravessando momento tão complicado.
- É um clube, assim como a Argentina, com todas possibilidades e vantagens de triunfar e se sustentar . Mas que, devido a más administrações, se recicla de crises em crises – afirmou Beer.
- O River é a pintura da vida argentina. “Que se vão todos, que não fique um só sequer”, disseram os torcedores quando o time perdeu para o Lanús e teve que jogar a promoción. Essa mesma frase foi entoada pela classe média argentina dez anos atrás, cansada das mentiras dos políticos locais – acrescentou o jornalista, se referindo à crise econômica argentina de 2001, na qual o país chegou a ter cinco presidentes em 12 dias.

Torcida do arquirrival Boca provoca os platenses
Apoio dos torcedores e esquema inédito de segurançaPelas ruas de Buenos Aires, rivais tiram sarro dos torcedores do River Plate que, excetuando a manifestação de algumas organizadas mais violentas após a derrota para o Belgrano na última quarta-feira, parecem estar ao lado da equipe nesse momento difícil.

Esquema de segurança para River x Belgrano
Prova disso é a mobilização pelos ingressos - a previsão é que mais de 50 mil pessoas acompanhem o duelo no Monumental - e a vigília feita por centenas de “hinchas” desde a noite de sábado pelas ruas da capital e em frente ao estádio.Mas, para evitar prováveis brigas e vandalismo no caso de um resultado adverso para o River, a Polícia Federal montou o maior esquema de segurança já vista para um jogo entre equipes no país. Ao todo, 2.500 homens trabalharão na partida que será transmitida para o Brasil pelo Sportv. Para ser ter uma ideia, no superclássico, entre River e Boca, no mesmo local, ano passado, apenas metade desse efetivo foi usado.
Entenda por que o River está nessa situaçãoUm dos motivos para os torcedores apoiarem o clube, que é o maior campeão nacional com 33 conquistas, numa fase tão ruim é que, além de paixão, eles reconhecem que o atual elenco, o técnico Juan José Lopez e o presidente Daniel Passarella não são totais responsáveis pelo calvário. Afinal, a campanha do último Torneio Clausura até que não foi ruim: o time ficou em 9º lugar, com 26 pontos, posição que lhe garantiria uma vaga na Copa Sul-Americana. O problema foram as temporadas anteriores.
Na Argentina, os rebaixados são definidos pela média dos resultados dos últimos três anos (cada ano conta com dois campeonatos, o Clausura, no primeiro semestre, e o Apertura, no segundo semestre). Depois de levantar o título do Clausura em 2008, a equipe fez sua pior campanha na história no Apertura seguinte, ficando na lanterna.

River Plate tenta evitar a queda neste domingo no
Monumental de Nuñez
Monumental de Nuñez
Em 2009, os Milionários também não foram bem e, no fim do ano, o então presidente José María Aguilar, odiado pelos torcedores, deixou o clube e uma dívida de R$ 70 milhões para o seu sucessor, Passarella. O capitão da Argentina na Copa de 78 até que equilibrou um pouco as finanças do clube, mas, dentro de campo, o ano de 2010 também não foi nada bom. E, em 2011, só uma campanha campeã poderia salvar o time que, nesse triênio caótico, teve seis técnicos diferentes .
River desfalcadoTentando esquecer tudo isso, o River entra em campo neste domingo com três sérios desfalques: os zagueiros Román e Ferrari, além do volante e capitão Matías Almeyda. O técnico JJ López faz mistério, mas deve escalar o seguinte time Juan Pablo Carrizo; Maidana, Alexis Ferrero e Juan Díaz; Affranchino, Ezequiel Cirigliano, Acevedo, Roberto Pereyra e Lamela; Leandro Caruso e Pavone. Esses 11 jogadores tentarão evitar que o dia 26 de junho de 2011 seja o pior da história do River Plate e, até mesmo, do futebol argentino.
Torcida do River Plate promete lotar Monumental neste domingo
Nenhum comentário:
Postar um comentário