A morte de Bin Laden na imprensa mundial
A morte de Osama bin Laden representa um momento-chave na história do movimento islâmico radical que ele liderava. Mas será que o inimigo número um dos Estados Unidos pode acabar se tornando ainda mais perigoso morto do que em vida?
Bin Laden previu que jamais seria capturado vivo e que inúmeros outros seguiriam com a sua causa após sua morte.
Bin Laden previu que jamais seria capturado vivo e que inúmeros outros seguiriam com a sua causa após sua morte.
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A primeira previsão foi confirmada. Resta saber se a segunda também será verdadeira.
Os americanos estão claramente satisfeitos com a notícia de que, finalmente, seu inimigo número um está morto.
Mas eles também devem estar se perguntando se, na morte, assim como em vida, ele continuará assombrando o país.
A afirmação, pelas autoridades americanas, de que Bin Laden foi enterrado no mar indica um desejo de minimizar seu papel de mártir.
Mas a medida também pode alimentar teorias conspiratórias sobre a morte do líder extremista, inclusive as que questionam se ele estaria mesmo morto.
Os americanos estão claramente satisfeitos com a notícia de que, finalmente, seu inimigo número um está morto.
Mas eles também devem estar se perguntando se, na morte, assim como em vida, ele continuará assombrando o país.
A afirmação, pelas autoridades americanas, de que Bin Laden foi enterrado no mar indica um desejo de minimizar seu papel de mártir.
Mas a medida também pode alimentar teorias conspiratórias sobre a morte do líder extremista, inclusive as que questionam se ele estaria mesmo morto.
Divisões
Uma preocupação imediata das autoridades americanas é a possível reação dos paquistaneses.
Osama Bin Laden era odiado por muitos, mas, para muitos outros, era um herói abnegado.
Haverá choque e revolta nas ruas do Paquistão.
A reação das autoridades do país também será motivo de nervosismo.
Osama Bin Laden era odiado por muitos, mas, para muitos outros, era um herói abnegado.
Haverá choque e revolta nas ruas do Paquistão.
A reação das autoridades do país também será motivo de nervosismo.
MORTE DE BIN LADEN
É profundamente embaraçoso para o governo paquistanês que o líder da Al-Qaeda estivesse em seu território e tão próximo da capital, Islamabad, apesar de as autoridades do país terem refutado com insistência essa possibilidade.
Isso explica por que o presidente americano, Barack Obama, fez tanta questão de enfatizar que, durante a operação, as forças americanas tinham ordens expressas de evitar mortes de civis.
O que o presidente não esclareceu é se o Paquistão teria tido algum envolvimento na operação.
Isso explica por que o presidente americano, Barack Obama, fez tanta questão de enfatizar que, durante a operação, as forças americanas tinham ordens expressas de evitar mortes de civis.
O que o presidente não esclareceu é se o Paquistão teria tido algum envolvimento na operação.
Islamismo Radical
Restam duas questões: Haverá um futuro para a Al-Qaeda? E qual será a reação da organização?
O governo Obama já está se preparando para possíveis represálias no curto prazo, seja contra as forças americanas no Afeganistão ou, ainda pior, em território americano.
Para muitos, a questão principal é se, no longo prazo, a Al-Qaeda poderá sobreviver.
Desde o início do ano, alguns especialistas vêm argumentando que os levantes no mundo árabe tornaram a organização fundada por Bin Laden obsoleta.
Para estes, a morte do líder extremista confirmaria essa tendência.
Talvez. Mas as causas do radicalismo islâmico - as questões que, ao longo dos anos, permitiram que a organização recrutasse tantos jovens muçulmanos para a sua causa - permanecem inalteradas.
A morte de Bin Laden vai abater o moral da jihad global, mas não deve trazer seu fim.
*Roger Hardy é professor convidado do Centre for International Studies da London School of Economics, LSE.
O governo Obama já está se preparando para possíveis represálias no curto prazo, seja contra as forças americanas no Afeganistão ou, ainda pior, em território americano.
Para muitos, a questão principal é se, no longo prazo, a Al-Qaeda poderá sobreviver.
Desde o início do ano, alguns especialistas vêm argumentando que os levantes no mundo árabe tornaram a organização fundada por Bin Laden obsoleta.
Para estes, a morte do líder extremista confirmaria essa tendência.
Talvez. Mas as causas do radicalismo islâmico - as questões que, ao longo dos anos, permitiram que a organização recrutasse tantos jovens muçulmanos para a sua causa - permanecem inalteradas.
A morte de Bin Laden vai abater o moral da jihad global, mas não deve trazer seu fim.
*Roger Hardy é professor convidado do Centre for International Studies da London School of Economics, LSE.
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