Ao menos 9 dos 13 terminais não devem ser entregues a tempo do evento.
Estudo destaca ainda que 10 deles enfrentarão sobrecarga em 2014.
Saguão do aeroporto de Guarulhos, em imagem de
arquivo Ao menos 9 dos 13 aeroportos brasileiros que estão em obras para a Copa de 2014 não devem estar prontos a tempo de receber o evento. Essa é a conclusão do estudo “Aeroportos no Brasil: investimentos recentes, perspectivas e preocupações”, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta quinta-feira (14). “Constata-se uma situação preocupante, uma vez que os prazos estimados pela Infraero dificilmente serão cumpridos”, diz a nota.
Os aeroportos cujas obras não devem terminar em tempo hábil, de acordo com o Ipea, são os de Manaus, Fortaleza, Brasília, Guarulhos, Salvador, Campinas, Cuiabá, Confins e Porto Alegre. No caso de Curitiba, o Ipea diz que o aeroporto tem condições de ficar pronto para a Copa de 2014, “se não houver qualquer atraso no cronograma previsto”. No Galeão, a situação operacional é considerada adequada, enquanto no Recife as obras se referem apenas à construção de uma torre de controle.
saiba mais Para chegar a essas conclusões, o Ipea se baseou no prazo médio de execução de obras públicas de infraestrutura, que, segundo o instituto, é de 92 meses, ou seja, mais de 7 anos. “Toda obra de infraestrutura de grande porte no Brasil deve cumprir uma série de
etapas até sua finalização. Inicialmente, há a elaboração do projeto, seguida da liberação
da licença ambiental por parte do Ibama, da aprovação do TCU quanto à adequação de
custos, da licitação e, finalmente, das obras”, destaca o estudo.
Críticas da Fifa
A qualidade dos aeroportos no país foi alvo de críticas do presidente da Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa), Joseph Blatter, no final de março. Ele manifestou descontentamento com a lentidão dos trabalhos em torno do mundial ao dizer que “a Copa do Mundo é amanhã, e os brasileiros pensam que é depois de amanhã”.
O ministro do Esporte, Orlando Silva, respondeu a crítica: “Para o governo, a Copa é hoje. Temos urgência. Ninguém está mais preocupado com a realização do mundial da Fifa do que o Brasil.”
Cerca de duas semanas depois, Blatter voltou atrás e destacou os avanços das obras: " Recebi relatórios muito positivos sobre o andamento dos preparativos para o Mundial, especialmente na construção de estádios", afirmou.
Sobrecarga
O estudo do Ipea ressalta ainda que, dos 13 aeroportos com investimentos previstos para a Copa de 2014, 10 estariam operando acima de sua capacidade já em 2014, dentre eles Guarulhos, por exemplo. “A análise do plano de investimentos para os 13 aeroportos da Copa sugere que as obras foram planejadas com subdimensionamento da demanda futura.”
Segundo o Ipea, parte do problema nos aeroportos do país se deve à falta de investimentos em infraestrutura, “que deixaram de ser feitos por mais de 20 anos”. Depois, o bom desempenho da economia brasileira, especialmente a partir da segunda metade da década de 2000, “se, por um lado, representou a melhoria de indicadores sociais como a geração de emprego e renda, por outro lado os gargalos da infraestrutura brasileira tornaram-se mais evidentes”.
O instituto destaca que, embora os investimentos públicos no setor aéreo tenham se elevado de R$ 503 milhões em 2003 para mais de R$ 1,3 bilhão em 2010, as informações sobre as taxas de ocupação dos terminais de passageiros mostram necessidades de investimentos futuros ainda maiores. “Isso mostra que o setor continua sendo planejado com o olho no espelho retrovisor em vez de se preparar para 40 anos à frente.”
Baixa eficiência
O estudo do Ipea diz ainda que é preciso aprimorar a gestão da Infraero. “Apesar de insuficiente, a Infraero possui um plano de investimentos de R$ 1,4 bilhão ao ano (entre 2011 e 2014) para 13 aeroportos brasileiros, visando a Copa de 2014. Isso representa mais do triplo da média anual investida entre 2003 e 2010 pela empresa, que foi de R$ 430 milhões. Porém preocupa a baixa eficiência na execução dos programas de investimentos, que na média do período realizou apenas 44% dos recursos previstos.”
O Ipea conclui o estudo dizendo que medidas que melhorem a gestão dos aeroportos e o nível de investimentos têm que ser tomadas. “A iniciativa privada investe recursos nos demais modais de transporte (rodoviário, ferroviário e aquaviário). Apenas para o setor aeroportuário não há investimentos privados.”
arquivo
Ao menos 9 dos 13 aeroportos brasileiros que estão em obras para a Copa de 2014 não devem estar prontos a tempo de receber o evento. Essa é a conclusão do estudo “Aeroportos no Brasil: investimentos recentes, perspectivas e preocupações”, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta quinta-feira (14). “Constata-se uma situação preocupante, uma vez que os prazos estimados pela Infraero dificilmente serão cumpridos”, diz a nota.
Os aeroportos cujas obras não devem terminar em tempo hábil, de acordo com o Ipea, são os de Manaus, Fortaleza, Brasília, Guarulhos, Salvador, Campinas, Cuiabá, Confins e Porto Alegre. No caso de Curitiba, o Ipea diz que o aeroporto tem condições de ficar pronto para a Copa de 2014, “se não houver qualquer atraso no cronograma previsto”. No Galeão, a situação operacional é considerada adequada, enquanto no Recife as obras se referem apenas à construção de uma torre de controle.
etapas até sua finalização. Inicialmente, há a elaboração do projeto, seguida da liberação
da licença ambiental por parte do Ibama, da aprovação do TCU quanto à adequação de
custos, da licitação e, finalmente, das obras”, destaca o estudo.
Críticas da Fifa
A qualidade dos aeroportos no país foi alvo de críticas do presidente da Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa), Joseph Blatter, no final de março. Ele manifestou descontentamento com a lentidão dos trabalhos em torno do mundial ao dizer que “a Copa do Mundo é amanhã, e os brasileiros pensam que é depois de amanhã”.
O ministro do Esporte, Orlando Silva, respondeu a crítica: “Para o governo, a Copa é hoje. Temos urgência. Ninguém está mais preocupado com a realização do mundial da Fifa do que o Brasil.”
Cerca de duas semanas depois, Blatter voltou atrás e destacou os avanços das obras: " Recebi relatórios muito positivos sobre o andamento dos preparativos para o Mundial, especialmente na construção de estádios", afirmou.
Sobrecarga
O estudo do Ipea ressalta ainda que, dos 13 aeroportos com investimentos previstos para a Copa de 2014, 10 estariam operando acima de sua capacidade já em 2014, dentre eles Guarulhos, por exemplo. “A análise do plano de investimentos para os 13 aeroportos da Copa sugere que as obras foram planejadas com subdimensionamento da demanda futura.”
Segundo o Ipea, parte do problema nos aeroportos do país se deve à falta de investimentos em infraestrutura, “que deixaram de ser feitos por mais de 20 anos”. Depois, o bom desempenho da economia brasileira, especialmente a partir da segunda metade da década de 2000, “se, por um lado, representou a melhoria de indicadores sociais como a geração de emprego e renda, por outro lado os gargalos da infraestrutura brasileira tornaram-se mais evidentes”.
O instituto destaca que, embora os investimentos públicos no setor aéreo tenham se elevado de R$ 503 milhões em 2003 para mais de R$ 1,3 bilhão em 2010, as informações sobre as taxas de ocupação dos terminais de passageiros mostram necessidades de investimentos futuros ainda maiores. “Isso mostra que o setor continua sendo planejado com o olho no espelho retrovisor em vez de se preparar para 40 anos à frente.”
Baixa eficiência
O estudo do Ipea diz ainda que é preciso aprimorar a gestão da Infraero. “Apesar de insuficiente, a Infraero possui um plano de investimentos de R$ 1,4 bilhão ao ano (entre 2011 e 2014) para 13 aeroportos brasileiros, visando a Copa de 2014. Isso representa mais do triplo da média anual investida entre 2003 e 2010 pela empresa, que foi de R$ 430 milhões. Porém preocupa a baixa eficiência na execução dos programas de investimentos, que na média do período realizou apenas 44% dos recursos previstos.”
O Ipea conclui o estudo dizendo que medidas que melhorem a gestão dos aeroportos e o nível de investimentos têm que ser tomadas. “A iniciativa privada investe recursos nos demais modais de transporte (rodoviário, ferroviário e aquaviário). Apenas para o setor aeroportuário não há investimentos privados.”
Os aeroportos cujas obras não devem terminar em tempo hábil, de acordo com o Ipea, são os de Manaus, Fortaleza, Brasília, Guarulhos, Salvador, Campinas, Cuiabá, Confins e Porto Alegre. No caso de Curitiba, o Ipea diz que o aeroporto tem condições de ficar pronto para a Copa de 2014, “se não houver qualquer atraso no cronograma previsto”. No Galeão, a situação operacional é considerada adequada, enquanto no Recife as obras se referem apenas à construção de uma torre de controle.
saiba mais
Para chegar a essas conclusões, o Ipea se baseou no prazo médio de execução de obras públicas de infraestrutura, que, segundo o instituto, é de 92 meses, ou seja, mais de 7 anos. “Toda obra de infraestrutura de grande porte no Brasil deve cumprir uma série de
etapas até sua finalização. Inicialmente, há a elaboração do projeto, seguida da liberação
da licença ambiental por parte do Ibama, da aprovação do TCU quanto à adequação de
custos, da licitação e, finalmente, das obras”, destaca o estudo.
Críticas da Fifa
A qualidade dos aeroportos no país foi alvo de críticas do presidente da Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa), Joseph Blatter, no final de março. Ele manifestou descontentamento com a lentidão dos trabalhos em torno do mundial ao dizer que “a Copa do Mundo é amanhã, e os brasileiros pensam que é depois de amanhã”.
O ministro do Esporte, Orlando Silva, respondeu a crítica: “Para o governo, a Copa é hoje. Temos urgência. Ninguém está mais preocupado com a realização do mundial da Fifa do que o Brasil.”
Cerca de duas semanas depois, Blatter voltou atrás e destacou os avanços das obras: " Recebi relatórios muito positivos sobre o andamento dos preparativos para o Mundial, especialmente na construção de estádios", afirmou.
Sobrecarga
O estudo do Ipea ressalta ainda que, dos 13 aeroportos com investimentos previstos para a Copa de 2014, 10 estariam operando acima de sua capacidade já em 2014, dentre eles Guarulhos, por exemplo. “A análise do plano de investimentos para os 13 aeroportos da Copa sugere que as obras foram planejadas com subdimensionamento da demanda futura.”
Segundo o Ipea, parte do problema nos aeroportos do país se deve à falta de investimentos em infraestrutura, “que deixaram de ser feitos por mais de 20 anos”. Depois, o bom desempenho da economia brasileira, especialmente a partir da segunda metade da década de 2000, “se, por um lado, representou a melhoria de indicadores sociais como a geração de emprego e renda, por outro lado os gargalos da infraestrutura brasileira tornaram-se mais evidentes”.
O instituto destaca que, embora os investimentos públicos no setor aéreo tenham se elevado de R$ 503 milhões em 2003 para mais de R$ 1,3 bilhão em 2010, as informações sobre as taxas de ocupação dos terminais de passageiros mostram necessidades de investimentos futuros ainda maiores. “Isso mostra que o setor continua sendo planejado com o olho no espelho retrovisor em vez de se preparar para 40 anos à frente.”
Baixa eficiência
O estudo do Ipea diz ainda que é preciso aprimorar a gestão da Infraero. “Apesar de insuficiente, a Infraero possui um plano de investimentos de R$ 1,4 bilhão ao ano (entre 2011 e 2014) para 13 aeroportos brasileiros, visando a Copa de 2014. Isso representa mais do triplo da média anual investida entre 2003 e 2010 pela empresa, que foi de R$ 430 milhões. Porém preocupa a baixa eficiência na execução dos programas de investimentos, que na média do período realizou apenas 44% dos recursos previstos.”
O Ipea conclui o estudo dizendo que medidas que melhorem a gestão dos aeroportos e o nível de investimentos têm que ser tomadas. “A iniciativa privada investe recursos nos demais modais de transporte (rodoviário, ferroviário e aquaviário). Apenas para o setor aeroportuário não há investimentos privados.”
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